Rotas de integração sul-americanas estão previstas no novo Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal

Em evento que reuniu quatro conselhos temáticos da Fiesp, na sexta-feira (16/8), a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, apresentou o projeto das rotas de integração sul-americanas. Para a ministra, as rotas são parte das soluções para enfrentar os desafios que assolam o Brasil.

“Esse não é somente um projeto de futuro, mas um projeto do presente. Em 2026, já teremos frutos dessas rotas de integração”, disse a ministra, ao lado do 2º vice-presidente da Fiesp, Dan Ioschpe, que também preside o Conselho Superior de Economia (Cosec) da Fiesp. “Não há dúvida de que esse é um projeto ambicioso e importante para o país”, observou ele.

A ministra destacou o aumento de transações comerciais com a China nas últimas duas décadas, uma das razões que torna importante a abertura de novas rotas comerciais pelo oceano Pacífico e a estruturação das Rotas de Integração Sul-Americana. Tebet apresentou o projeto das cinco rotas de integração, destacando as principais obras e prazos de conclusão.

Parte das rotas tem previsão de entrega já em 2026. “Com a conclusão das rotas, podemos reduzir, em até 10 mil quilômetros e três semanas, o transporte dos nossos produtos para a Ásia”, destacou.

Ao todo, o projeto descreve 190 obras de infraestrutura no Brasil, todas já incluídas no Novo PAC, sem a necessidade de novos aportes orçamentários e financeiros. Além disso, o projeto conta com uma carta de financiamento de US$ 10 bilhões, cedido pelos bancos de desenvolvimento, dos quais o BNDES disponibiliza US$ 3 bilhões para projetos internos, apresentados por estados e municípios brasileiros.

Prevista no Artigo 4º da Constituição Federal, a integração com os países sul-americanos dará ao Brasil acesso aos mercados vizinhos. “São aproximadamente 200 mil pessoas, ou seja, um outro Brasil, além de encurtar em 10 mil quilômetros o caminho para a China”, exemplificou Simone Tebet.

O mercado chinês poderá ser acessado a partir de portos do Chile, Peru, Equador e Colômbia.

A rota 1, denominada Ilha das Guianas, liga o Brasil ao Panamá, por meio da Venezuela. Terá rodovia conectando o estado de Roraima à Georgetown, capital da Guiana, e chegará até Macapá, passando por Paramaribo e Cayenne, no Suriname e Guiana Francesa, respectivamente.

Principal aposta do governo, a Rota 2 é toda hidroviária do lado do Brasil e ligará Manaus à Colômbia, Equador e Peru, com expectativa de inauguração durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), em Belém do Pará. “Falta melhorar o sistema de sinalização, de dragagem e resolver questões de alfândega na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia”, disse a ministra.

Interligando as rotas 1 e 2, a Rota 3, chamada pela ministra de Rota do Futuro, será um caminho mais curto para as commodities brasileiras e permitirá mais negócios com a Bolívia.

A Rota 4, chamada de Bioceânica, é a que mais interessa aos industriais paulistas, restando do lado do Brasil a conclusão de obras nas proximidades da nova ponte de Itaipu, com previsão de término para 2025. Além do braço paulista, partindo do porto de Santos, a Rota 4 também ligará os portos de Paranaguá, São Francisco do Sul e Itajaí ao Chile. E a Rota 5, no extremo sul do Brasil, teve o projeto remodelado, devido ao desastre climático recente no Rio Grande do Sul.

Para o diretor do DECONCIC, e gerente de Relações Institucionais do SINICESP, Carlos Laurito, a reunião com a ministra Simone Tebet foi importante para conhecer as propostas da ministra, em especial pelo fato de que elas vêm ao encontro do estudo “Programa de Investimentos Estruturantes”, resultado do trabalho conjunto entre o Sindicato da Indústria da Construção Pesada de São Paulo – SINICESP e a Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações de Classe de Infraestrutura- BRASINFRA, que apresenta um grande projeto de melhoria da infraestrutura nacional, que se converteria em produção de riquezas, geração de empregos e benefício social.

O “Plano de Investimentos Estruturantes” é baseado na constituição, ampliação e modernização de 4 grandes eixos destinados a eliminar os atuais gargalos que encarecem o escoamento das commodities em nosso território.

No encontro com a ministra, o SINICESP também foi representado pelo diretor Cláudio Sena.

 

Fonte: SiNiCESP – Por Portal da FIESP/gov.br —  20/08/2024

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