O Índice de Confiança da Construção (ICST) medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) caiu 1,4 ponto na passagem de março para abril, para 93,6 pontos, menor nível desde março de 2022 (93,5 pontos). Na média móvel trimestral, o índice recuou 0,4 ponto.
Neste mês, a queda da confiança foi influenciada tanto pela piora na avaliação sobre o momento atual quanto pela piora das perspectivas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) caiu 1,6 ponto, para 92,6 pontos, menor nível desde fevereiro de 2022 (91,4 pontos), e o Índice de Expectativas (IE-CST) cedeu 1,2 ponto, atingindo 94,8 pontos.
Os dois componentes ligados ao momento atual recuaram, sendo que o maior impacto negativo veio do indicador de volume de carteira de contratos, que recuou 2,6 pontos, para 92,2 pontos. Já o indicador de situação atual dos negócios retraiu 0,5 ponto para 93,0 pontos.
Em relação às expectativas, a queda também foi disseminada: o indicador de demanda prevista nos próximos três meses recuou de 1,2 ponto, para 97,0 pontos, e o indicador de tendência dos negócios retrocedeu 1,1 ponto e atingiu 92,6 pontos.
“A melhora observada no mês de março não se sustentou. Em abril, a confiança diminuiu como resultado de uma percepção mais negativa sobre os negócios correntes, assim como sobre o cenário dos próximos meses”, observou em nota a coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre, Ana Maria Castelo.
Entre os segmentos, as empresas de obras de infraestrutura ainda são as mais otimistas. Em abril o setor foi o único com elevação na confiança, de 0,4 ponto, para 98,4. Os demais segmentos pesquisados tiveram retração: edificações caiu 1,7 ponto para 91,5 e serviços especializados teve a maior retração, de 3,6 ponto, para 89,6.
Apesar da queda da confiança em edificações de modo geral, Castelo chama atenção para o segmento de edificações residenciais, que está mais otimista. “O segmento é favorecido pelas mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida, que passou a incluir também famílias de renda de até R$ 12 mil. A expectativa é que os recursos anunciados contribuam para sustentar os negócios no mercado imobiliário em patamar elevado”, observou a coordenadora da sondagem.
Já as empresas de serviços reportam mais dificuldade com a falta de mão de obra qualificada. Não à toa o segmento teve a maior contribuição negativa em abril.
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Fonte: Valor Econômico – Por Valor – 25/04/2025