Cury eleva vendas em 56% e lançamentos em 11% no 3º trimestre

A incorporadora Cury obteve, de julho a setembro, R$ 1,36 bilhão em vendas líquidas, alta de 55,6% sobre o terceiro trimestre de 2023, conforme prévia operacional divulgada nesta quinta-feira (3).

A empresa lançou nove empreendimentos no período, sendo cinco no Rio de Janeiro e quatro em São Paulo, com um valor geral de venda (VGV) potencial de R$ 1,5 bilhão, um aumento de 10,8% sobre o registrado um ano antes.

A velocidade de venda, medida pelo índice de venda sobre oferta (VSO) atingiu 43,9% no trimestre, alta de 3,5 pontos percentuais. No indicador dos últimos 12 meses, a VSO é de 75,4%, alta de 1,8 ponto.

O preço médio da unidade lançada pela empresa subiu 17,8% do terceiro trimestre de 2023 para o mesmo período de 2024, para R$ 303,4 mil. Já o preço da unidade vendida subiu 10%, para R$ 306,3 mil.

A Cury tinha, em setembro, um estoque avaliado em R$ 1,8 bilhão em VGV, alta de 28,1% em um ano, dos quais 1,3% correspondem a unidades já prontas e entregues.

O banco de terrenos da companhia subiu 64,7% em valor em um ano, para R$ 18,5 bilhões. Leonardo Mesquita, vice-presidente comercial da Cury, afirma que o banco maior é resultado de políticas públicas que foram positivas para a companhia, como o novo plano diretor do Rio e a revisão do plano paulistano — que aumentaram o potencial de construção — e o aumento do teto dos imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), de R$ 264 mil para R$ 350 mil, aprovado no ano passado. “Isso fez com que conseguíssemos entrar em bairros mais centrais, com preço bom”, afirma.

No quarto trimestre, a empresa deve voltar a ter mais lançamentos em São Paulo do que no Rio, afirma Mesquita. Do banco de terrenos, 70% estão localizados na capital paulista.

A empresa terminou o trimestre com R$ 147 milhões em geração de caixa, alta de 7,1% em um ano.

No material que acompanha a prévia, a Cury destaca que há R$ 51,9 milhões de saldo para receber, referente a repasses já realizados para a Caixa Econômica Federal, que opera o MCMV. Mesquita explica que o banco mudou seu sistema de pagamento, passando a depositar os valores apenas após o registro do contrato em cartório, o que posterga a entrada do recurso.

Investimento em áreas centrais

O vice-presidente comercial afirma que os terrenos que estão no banco da empresa, aguardando virarem projetos, se localizam, em média, a 700 metros de estações de trem ou de metrô, em São Paulo e no Rio.

Isso tem ajudado a empresa a atrair clientes que querem migrar de áreas mais periféricas para regiões mais centrais. Em São Paulo, dois polos de construção da empresa são a Barra Funda e a região da Mooca. No Rio, é a zona portuária.

Mesquita credita às mudanças de regulação urbanística a viabilidade de ter esses projetos mais próximos do centro das cidades, e afirma que leis mais restritivas nas regiões metropolitanas encarecem a produção nesses locais, o que também contribui para a migração ao centro. “Municípios limítrofes de São Paulo ainda tem legislação muito antiga, como exigir uma vaga por apartamento e tamanho mínimo de unidade”.

Fonte: Valor Econômico – Por Ana Luiza Tieghi, Valor — São Paulo, 03/10/2024

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