A Sondagem da Construção do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), que mede a percepção de empresários e executivos do setor, aponta uma queda de 2,1 pontos, para 94,7 pontos, do indicador da tendência dos negócios para os próximos seis meses.
Os dados foram coletados junto a 587 empresas, entre 3 e 21 de junho. A pontuação vai de 0 a 200, indicando otimismo ou confiança a partir de 100.
De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre, as empresas da construção chegaram ao final do primeiro semestre um pouco mais confiantes do que estavam em dezembro. “Houve melhora, especialmente, na percepção referente à situação atual dos negócios. Nesse período, o maior aquecimento da atividade se traduziu também em dificuldades com a mão de obra qualificada, o que já está pressionando os custos de obras.”
“Ao longo desses meses, prevaleceu o otimismo com a demanda. No entanto, o semestre terminou também com o fim do ciclo de queda da Selic, que mesmo sem ter efeito imediato sobre a atividade, deve arrefecer o ânimo com os negócios à frente,” comenda a economista.
Pessimismo moderado
A Sondagem mostrou que persiste o clima de pessimismo moderado entre os empresários do setor. O Índice de Confiança da Construção (ICST) do FGV Ibre ficou estável em junho e manteve-se em 96,4 pontos. Na média móvel trimestral, o índice também registrou estabilidade ao variar -0,1 pontos.
A estabilidade do ICST em junho resultou das variações contrárias dos seus subíndices, o Índice de Situação Atual (ISA-CST), que variou 0,2 ponto, atingindo 95,5 pontos, e o Índice de Expectativas (IE-CST), que caiu 0,3 ponto, para 97,5 pontos.
Os dois indicadores que compõem o ISA-CST foram em sentidos opostos: situação atual dos negócios recuou 0,7 ponto, para 94,2, e volume de carteira de contrato avançou 1,2 ponto, chegando aos 96,8 pontos.
Pela ótica das expectativas, a queda do IE-CST foi influenciada pela retração do indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses que caiu 2,1 pontos, para 94,7 pontos, enquanto o indicador de demanda prevista nos próximos três meses subiu 1,6 ponto, para 100,3 pontos.
Fatores limitativos
A demanda insuficiente não é mais a principal limitação aos negócios das empresas da construção. Ainda há um percentual relevante de 22,7% das empresas que assinalaram o quesito. No entanto, com o aumento de ritmo da atividade, a falta de trabalhadores qualificados lidera o ranking desde dezembro do ano passado, com 28,8%.
Com menos assinalações, os empresários também apontaram como fatores limitativos a competição no próprio setor, o custo da mão de obra e o custo da matéria prima.
Utilização da capacidade
O Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da construção variou 0,2 ponto percentual (p.p.), e ficou em 80,1%.
O Nuci de Mão de Obra ficou relativamente estável, com variação de 0,3 p.p, para 81,5%, e o Nuci de Máquinas e Equipamentos retraiu 0,9 p.p., para 74,4%.
Fonte: Sinduscon-SP – Por Rafael Marko, 25/06/2024