Financiamento imobiliário tem menor nível de inadimplência em 18 anos

Índice de atrasos superiores a 90 dias no SBPE caiu para 0,8%, menor patamar desde 2007, segundo a Abecip

A inadimplência no financiamento imobiliário está em queda. Em contratos firmados pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), o índice de atrasos superiores a 90 dias é o menor dos últimos 18 anos. A informação é da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Conforme a entidade, até agosto deste ano, o índice de atrasos foi de 0,8%. Este é o patamar mais baixo desde2007, quando estava em 4,2%.

Os dados da Abecip mostram, ainda, que a curva de redução começou em 2019, quando 1,7% dos contratos registravam ao menos três parcelas em aberto. De lá para cá, a estatística foi diminuindo. Assim, em 2023, a inadimplência estava em 1,4%. Já em 2024, acabou em 1%.

O superintendente da Abecip, José Aguiar, explica que a retração se dá pelo fato de a correção das parcelas ser baixa. “O que corrige a prestação é a TR (taxa referencial), que tem sido, em média, de 2,03% ao ano. Então, é algo confortável, que não chega a 40% do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que está em 5,4%”.

Para ratificar sua fala, o executivo destaca, também, que o reajuste é menor do que o aumento salarial. “O salário sobe, e a prestação fica igual. Não existe razão da inadimplência, a menos que esteja desempregado”, afirma, destacando que a taxa Selic, hoje em 15%, não impacta nas correções das prestações desta modalidade de financiamento.

Aguiar ressalta, por fim, que, diante destes aspectos, é frequente a antecipação do pagamento doempréstimo. “Um empréstimo de 30 anos é quitado, normalmente, de dez a 12 anos. Isso mostra quetemos uma carteira saudável”.

CaixaA Caixa Econômica Federal (CEF), responsável por dois a cada três financiamentos imobiliários,trabalha com outras formas de crédito, inclusive com base no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço(FGTS). Por isso, os números da estatal diferem ligeiramente dos apresentados pela Abecip.

Na instituição, em 2024, a inadimplência ficou em 1,19%. A taxa foi 0,43 ponto percentual inferior à registrada um ano antes. Já no primeiro trimestre de 2025, o indicador foi de 1,42%.

Selic José Aguiar afirmou que a Selic não interfere na inadimplência. “Hoje, ela não influencia nas prestações, que são reajustadas pela TR, que está a 2% ao ano. A Selic não assusta no SBPE. Agora, quando se fala de outras carteiras, atreladas à CDIs (Certificados de Depósito Interbancário), como financiamento de veículos, você vê outra curva. Aí, tem impacto. Se fosse atrelada à Selic, a inadimplência no financiamento imobiliário estaria para cima”, disse.

Comparação

Atualmente, a inadimplência no financiamento imobiliário está em 0,8%. Já no crédito pessoal, a taxa é de 4,5%. Por sua vez, o cheque especial registra 14,8%.

 

 

Fonte: ABECIP – Por A Tribuna – 07/10/2025

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